desfocado
cinzento
flutuante
estático
foda-se




Vão ficando por aqui mesmo. Presas. Presas fáceis. Olho-as. Horas intermináveis. Espero-me. Talvez um dia. Hoje fiquei em casa. Aborrece-me o trabalho. O meu trabalho. A hipocrisia. E deixo-me ficar. As perguntas bailam. Tento descontrair. Não pensar. Ficar assim.


sinto falta do espaço que nunca tive. este é o meu espaço? afinal tenho tantos. perco-me por aí entre becos, esquinas ao virar das mesmas. e o sonho afinal é meu. mas o ser apressado que me persegue nem sequer é. nem sequer foi. nem as sombras do que sou. nem as sobras do que fui. e encosto a cabeça no teu ombro. para quê?


... e levantei a cabeça. Mas, porra o sol estava mais longe do que pensava. As estrelas não vinham. Havia rastos. Nem esses eram meus. Estava só. Como sempre. Não sou daqui. Nem sequer me importo...

SEMPRE



estou contigo. nesta viagem. do lado de cá do cais.

Não amor hoje não há nevoeiro.



os olhares. para quê palavras. e não te digo nada


falam do amor
da chuva quando o sol se põe
faz-se o amor assim
rasgando o céu e as estrelas

somos nós

não me importa a cor. somos

como se fosse aqui que tudo começava sempre. via-te ao longe. estavas de volta


Outras flores...
como tu



...e fez-se luz



e as letras voltaram

flautas


Se foram as flautas melhor ainda.
mas agora sou eu







foi como música. subiste o anfiteatro. passo apressado. não sabia mais nada. fiquei ...

De volta...


... às voltas com a vida. Nunca a viagem havia sido tão boa.