não era breve a paixão nem o lume
que encendeia as montanhas e as emprenha
e se parir um rato a montanha no cume
deixa fogueira acessa que dos braços se fez lenha
fez fogo de passáros agitados na asa
e nós na paixão em sangue que flutua
no ruido sem dó nem ré que ultrapassa
quando deres por isso a minha mão é tua
e toca-lhe devagar que não se parta
toca-lhe com amor com o teu calor
para que amanhã te escreva uma carta
daquelas que poetas chamam de amor
e mesmo que me faça ficar farta
escreverei até impensável limite da dor
escrito por Anônimo 1 comentários
desembrulhas-me os nós
dos dedos
em nós
que vais tocando
que vou sentindo
embrulho-me
em ti
já não está frio
levar-te-ei além
tejo
escrito por Anônimo 0 comentários
Lá anda o beco
de contornos labirinticos
da velha Lisboa
parecem fluorescente
as gaivotas
nocturnas
sigo-as com olhar distante
espero-te ao longe
e tu sabes
sabes que vou
parece-me que também
contas as horas
conta-me histórias
das que tu sabes
deixa-me descansar
em ti
escrito por Anônimo 1 comentários
E depois de todos os esclarecimentos, chegou o já esperado Não. Sem evasivas, com lamentos à mistura, mas a vida é mesmo assim. Nada se passou que eu não esperasse. Agora, só, mais uma vez, resolvo esqueçer tudo. Ainda podia tentar, mas o impossível foi tão bem expresso, que posso continuar e finalizar a breve história.
escrito por eu sou 0 comentários
Ontem disseram-me que os meus diálogos começam a ser evasivos. Tal é a primeira vez que acontece. Ao longo da minha vida quer pessoal quer profissional, tenho sido sempre bastante pragmática ( por vezes até demais). Pedem-me que explique o óbvio. Também eu o queria fazer. Mas num blog é dificil. Lá vem a metáfora, a hiperbole, etc. Depois por vezes nem a mensagem chega ao destinatário, nem o autor consegue ir mais longe. Quando se fala de sentimentos, tudo parece absurdo.
Dizem-me, não me conheçe? Como pode sentir o que quer que seja?
Então nem valerá a pena dizer mais. Pois do outro lado também mal me conheçem. E o interesse em conheçer melhor, talvez seja apenas meu. Então que faço?
Dizem-me, não me conheçe? Como pode sentir o que quer que seja?
Então nem valerá a pena dizer mais. Pois do outro lado também mal me conheçem. E o interesse em conheçer melhor, talvez seja apenas meu. Então que faço?
Deixo passar mais uma vez.
escrito por Anônimo 1 comentários
Mudei muito. Quase pergunto se sou a mesma. Divertida, cheia de qualidades e birras. Aplicada em tudo o que fazia. Mas era apenas criança. Hoje o tempo passou mais depressa. De mim só ficou as fotos antigas com os avós. As gracinhas da primogénita. Mais nada. Todos os sonhos, perdi-os. Felizmente pesadelos nunca os tive. Excepto no dia da morte da minha avó. Soube que nunca mais teria ninguém. Claro que tenho a minha restante familia. Mas nunca mais foi o mesmo. Desde aí sempre fui muito mais só. Agora já não adianta pensar nisso.
escrito por Anônimo 0 comentários
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