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Depois é tudo igual. 10, 9, 8....... 1. Feliz 2007 !!! E volta tudo ao mesmo. Sempre o mesmo. Em 2207. Será também o mesmo. Em 1807, também o terá sido.
Não festejo. Fico em casa. Com familia. Deito-me até mais cedo, do que é costume. Não faço planos. Consciente da minha fugaz mortalidade, não faço planos. Vou vivendo todos os dias com a perfeita noção, de que qualquer segundo seguinte, pode ser o último. E procuro a intensidade, em cada um. Em tudo. E é nessa intensidade que me desgasto, num desgosto, que não gosto.
Na memória do passado, reconheço bons tempo idos. Das tristezas passadas, hoje fazemos histórias de sorrisos. Tudo é breve. As paixões....Quantas. Tantas. Hoje histórias. Por vezes até felizes. No final. Por isso não faço planos. Porque daqui a uns anos, poderei escrever precisamente o que escrevo agora. Todos os anos nos marcam, nos preenchem. Mesmo no vazio, mesmo no turbilhão do sentir, na entropia, na utopia, todos os anos são memoráveis. E são de tal forma, que quando a traidora memória quer dar-nos uma vetusta imagem do que foi, chegamos até a tropessar na panóplia de datas. Que apenas são números.
Por isso, todos os dias começo do zero. Com mais um ou menos um. Tendendo para mais ou menos infinito, na derivada de um nada quase tudo. No número complexo, ou no complexo do número. Com os meus lados imaginários, com o conjunto dos reais. Tropessando nas matématicas e nas triangulações geométricas de cubismos aflitos.
Nas biologias acessas, na pulsação aflita, no coração disparado do olhar. Tão castanho quanto o meu. De todos os olhares coloridos que já pulsaram e pousaram no meu.
Nas filosofias, orientais ou não. Nas artes, marciais. De guerras que não se perdem nem se ganham. Que nos acrescentam. Que nos alongam, na existência e na essência.
Assim, é natural que escreva no último minuto deste ano. Mas se não o fizer também é. É natural que daqui a dez anos me ria de tudo isto, ou que daqui a dez segundos, a minha matéria orgânica, despejada num testamento, já não me permita fazê-lo. Tudo, tudo pode acontecer. O melhor, o pior, o tanto faz.
E faz de conta, que hoje e amanhã e depois, eu faça tudo de novo, começando do zero. Sempre. Os meus votos para vós são de Bons Dias. Todos os dias. Iluminadas noites e quentes madrugadas. Que o frio já vos vou roubando na espada.
Pousada na trégua.
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Da infância
longe o tempo
na ingenuidade do não
crescer.
esperando...
longe o tempo
que faz de conta.
Contando histórias.
de encanto
em cada canto.
de vez em quando.
Quanto custa?
Há sempre um livro
sem preço...
para cada um de nós.
Lembro apenas o que não consigo esquecer
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o condor passa
tudo passa
flautas intemporais
que prendem o sol
em claves
resta a lua num céu
lá
sustenido
em dó(r) maior
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Nunca virás. Canso-me.
Deixa-me ir. Que tanto mal fiz
aos deuses todos.....
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De setas
trespassadas
não.
A dor já vai
cedo
na manhã
que fica igual.
Voltas
já és.
de novo.
Cupidos
incandescentes
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oásis
em alucinação
porque não havia
nada.
não se ouvia
o animal nocturno.
Gemendo na dor.
só o imaginário.
inquieto
no rio que
não cessa
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Um certo senhor que estudava Zen com Bankei era jovem e apreciador de artes marciais. Um dia decidiu por à prova a coragem do mestre atacando-o desprevenidamente com uma lança, estando este sossegadamente sentado.
O mestre desviou calmamente o golpe. Depois disse ao senhor: " A tua técnica ainda é imatura; a tua mente moveu-se primeiro."
Novos contos Zen, Thomas Cleary, Editorial Presença
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Era um vez um homem abastado, de nome Hei-zaye-mon, que se esforçava por realizar na sua vida as virtudes preconizadas pelos sábios antigos.
Homem sério e estudioso, Hei-zaye-mon costumava despender liberalmente a sua riqueza em actos de beneficiência e caridade.
Muitas crianças de familias pobres foram socorridas pela sua intervenção, e financiou pessoalmente a construção de numerosas pontes e estradas na sua provincia para conveniência do povo.
Quando morreu, Hei-zaye-mon estipulou no seu testamento que a sua herança deveria ser usada para continuar obras de assistência através das gerações, disposições que foram respeitadas pelos seus filhos e netos. Conta-se que um dia apareceu à porta de Hei-zaye-mon um certo monge budista. Parecia que tinha ouvido falar na bondade e abnegação deste homem abastado, invulgar entre os ricos do seu tempo, e tinha vindo pedir-lhe dinheiro para construir um portão de um templo.O filantropo riu-se na cara do monge e disse: " eu ajudo as pessoas porque não suporto vê-las sofrer. Mas que mal tem um templo sem portão?"
Novos contos Zen, Thomas Cleary, Editorial Presença
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Fazendo tudo de novo. Começando do zero. Mais uma vez. De forma diferente. À minha maneira. A minha arte, não é a poesia. Não é o teatro, nem a pintura. Também não é a música. A espada é a minha arte. É só esta que vos posso dar. Não adiantou fugir dela. Corre-me nas veias. É-me congénita. Não sei bem porquê. E é aqui, que os habituais comentadores, perderão o interesse no que escrevo. Mas é algo que tenho de fazer. Não posso fugir mais. É o "Do" o meu "Tao".
- Mestre, Sambonim... Estou de volta. Será cedo?
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Oculta
Fantasias
alterações e disfarces
Liberdade
Da mente
devaneios
Nossos
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não começo do zero.
vou ao menos um.
menos infinito.
muito menos.
não sou nada.
nem posso querer ser nada
o não sei quê pessoano.
não me preenche.
as histórias.
por pouco tempo.
a mão. os dedos.
teus.
a minha mão.
suave. tu.
foges-me.
deixo.
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Já não estou.
nunca estive.
nem estarei.
não há um caminho.
leio-te.
e perco-te.
não sou do teu mundo.
nem do meu.
não sou.
senti a tua pele.
os teus olhos.
agora parto.
não te digo nada.
não sou do teu
mundo.
não posso dizer-te
nada.
são outros. outros.
eu. não.
não sou eu.
apenas sinto.
o medo.
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absolutamente.
só.
ninguém.
nada.
vazio.
mais longe.
longe.
não há voltas.
nas voltas
ao virar
da esquina.
Apenas só.
o pó.
após.
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O limite.
impossivelmente real.
não há nada.
a impossível realidade.
nunca.
perco.
perdi.
o limite.
o impossível.
a invisibilidade.
não há mais.
o abismo.
nunca houve retorno.
para além de mim.
sempre.
para sempre nunca.
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o natal do Outro
as nossas prendas
as prendas do Outro
o nosso jantar
a fome do Outro
o natal
o meu...
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O mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério
'Splendia sobre sobre as naus da iniciação.
Linha severa da longínqua costa ---
Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta
Em árvores onde o Longe nada tinha;
Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:
E, no desembarcar, há aves, flores,
Onde era só, de longe a abstracta linha.
O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte ---
Os beijos merecidos da Verdade.
Fernando Pessoa
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O lobinho e a raposa
O lobinho e a raposa
Eram bem pequenos. Viviam em mundos separados. Brincavam separados. Um dia apareceu um caçador. E as matilhas dispersaram no susto. O lobinho e a raposa, correram tanto tanto que perderam a noção da distância. E encontraram-se logo ali. E logo ali brigaram.
Feriram-se. Não se aperceberam que o inimigo era outro. Na exaustão da dor, olharam-se nos olhos e pararam. Perguntando-se o que faziam. Eles não eram presas fáceis nem predadores astutos. Eram apenas dois pequenos animais perdidos num embrenhado de silvas urticantes. Que ainda mais atiçavam a dor das feridas mordidas. E foi aí que reparam que as próprias lambidelas, não chegavam para sarar todas. Então quase por magia lembraram-se, e partilhando lambidelas, lá foram curando tudo o que havia para curar. Ficaram amigos, cortavam as silvas e brincavam. Não se lembraram mais do caçador. Não se feriram mais. Lá foram pela floresta fora. Enfrentando perigos, afastando os pesadelos, cumprindo sonhos perdidos à muito.
Hoje já mais crescidos, relembram as velhas histórias, olham nos olhos um do outro, e quase sem dizer nada, quase me fazem acreditar que se amam.
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Justificação e pedido
"... este blog é muito antigo. Nasceu com um determinado propósito. Mas algum tempo depois nasce ou renasce o que os poetas designaram por amor. Disto nada sei. Nem de poemas. Não conheço bem os amores. Sei mais dos desamores. E nestas voltas o blog, transformou-se. Em equivocos, contradições, confusões, etc. Mudou de nome foi apagado, reconstruído, destruído. Enfim, sofreu na pele as minhas alterações. E eu dexei-me levar por elas. Nas confusões que a vida nos ofereçe, dei comigo no âmago das coincidências. Na tentativa de imaginar que do outro lado, quem me lia era, quem de facto não era. E descubri-o da maneira mais amarga e dura com que se pode descobrir seja o que for. O jogo da sedução, altamente elaborado, por alguém que de facto não conhecia, envolveu-me de tal forma, que ultrapassa o limite da nossa imaginação". Qual foi o intuito dessa pessoa? Também não sei.
Alimentar o próprio ego? Brincar com os sentimentos? Porquê? Sinceramente não sei. Não sei porque o fez. Não sei porque deixei fazer. Mas magoei-me. Só eu me magoei. Como pude deixar que a mais pura estupidez me inundasse o raciocinio?
Como pude trair quem realmente amo? Será que amo? Que sei eu do amor. Não sou poeta. Mas agora que chega quem realmente nunca partiu, espero que a vida mude.
Sei que vai mudar. E mais uma vez este espaço. Que hoje recebeu um repugnante comentário que foi eliminado. Obviamente. Detesto ter um blog, com a moderação de comentários activada. Mas parece que tem de ser assim. Por enquanto. Porque há tanta maldade? Acabará a mesma um dia antes do Natal? Será? Se só assim ela acabar, então que assim seja. Que me dê ao menos um único dia de paz."
M João E.
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Fazer tudo de novo. Começar do zero!
Eis-me. De novo.
Na renovação. Longe dos fantasmas
Que nunca existiram.
Que nunca o serão.
Tu és real. Sempre o foste.
Sempre o serás.
Os fantasmas partiram
Quando me abriste a porta.
Não entrei logo. Ainda espero um pouco.
Espero apenas por mim.
E estou quase de volta.
Sem nunca ter ido.
Há em ti a paz, a alegria, que julguei
Perdidas para sempre.
O belo, o real. A verdade.
Acredito em ti.
Mas espero um pouco mais.
Renovo-me na luz.
Dás-me o sossego perdido
Nos desassossegos que em vão
Procurei.
Não procuro mais.
Descobri-te!
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La petite fille retourne bientôt.
L'enfance arrive.
Retour. Brièvement. Retour.
Au jeu.
Les animaux sautent.
Ils sautent. Brièvement.
Exactement que c'est pour toujours
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sonho
Dez dedos
De quem nada
Sabe de música.
Deslocando-se
Ao acaso
Pelas teclas
De um
piano
escrito por eu sou 2 comentários
A metamorfose
O sentido do estranho,
idéia ,
envolve o oposto.
Umheimlich ou “dépaysement”.
o movimento.
imagens oníricas
limites demarcados.
Lúgubre
O jogo lúgubre
a narrativa do sonho
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Carta
"Acho que estou mudando muito. Vou dizer-lhe detalhadamente o que me está afetando. Charcot, que é um dos maiores médicos e um homem cujo senso comum tem um toque de gênio, está simplesmente desarraigando minhas metas e opiniões. Por vezes, saio de suas aulas como se estivesse saindo da Notre Dame, com uma nova idéia de perfeição. Mas ele me exaure; quando me afasto, não sinto mais nenhuma vontade de trabalhar em minhas próprias bobagens; há três dias inteiros não faço qualquer trabalho, e não tenho nenhum sentimento de culpa. Meu cérebro está saciado, como se eu tivesse passado uma noite no teatro. Se a semente frutificará algum dia, não sei; o que sei é que ninguém jamais me afetou dessa maneira..."
Trecho de uma carta que Freud escreveu à futura esposa logo após ter chegado em Paris
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Que linda manhã
E como está lindo o dia!
Ah sim! Chove imenso!
Não costumo gostar de chuva.
Mas hoje o seu toque matinal era doce.
Como violinos. Como o adagio que sinto em ti.
E chego a ti. Acordo-te. Percorrendo o teu
corpo.
Como se lhe buscasse palavras.
É quente.
E não quero dormir mais.
Fico assim.
....
E quando vou levantar-me
dizes-me que fique mais um pouco.
Não estavas a dormir.
Deixo-me ficar.
Fico nesta breve eternidade.
Nos teus braços.
Não dizemos nada.
Não precisamos das palavras.
Nem de nada.
Por alguns minutos, temos
tocamos o infinito.
Temos tudo na ponta dos dedos.
(Depois de isto um saltinho para as rotinas)
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A um clic....
Estou a um clic de distância. Poderia ser um ou dez anos-luz. A noção de distância é-me estranha, agora.
Hoje não consigo. Não sei. Afasto-me. E ontem... Há sempre um ontem a prender-nos. Há sempre um amanhã que queremos prender. E nestes impasses, neste vai não vai, fogem os hojes. Faltam-me dedos para clicar.
Sinto as amarras...
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Já me cansa...Vamos flutuar???
Sinceramente já me cansa. Eu canso-me depressa. Gosto do turbilhão das emoções, das confusões. Mas já me cansa. As poesias, as filosofias, todas e quaisquer "ias".
Cansam-me os egocentrismos, os egoísmos, os altruímos. Os "ismos". Cansa-me a imaginação, a decepção, eu a joão. Que me desculpem este cansaço.
Que me desculpem, por ter nascido agora mesmo um outro blog (agudo), que não é aconselhável a pessoas sensíveis e a imbecis ( como eu), de um modo geral ( como diria o meu amigo Rui A.).
Desculpem-me por ter que ir dar umas "facadinhas", já aqui ao lado. Mas apetece-me. E como tal, vou.
Desculpem se me falta o engenho e arte. Que destes nada entendo. O françês cansa-me. Nem lhe busco tradução. Nem no alemão. Cansam-me as linguas. Viperinas.
Vou até aqui ao lado, deixar um pouco de ira.
Até porque, já lhe encontro eco. Viajemos então um pouco para o outro lado.
"-Apertem os cintos senhores passageiros."
"-Chá, café, ou laranjada???"
E falta-me o ar. Foi um ar que lhe deu. E num grito surdo, patético, digo:
-"Coca-cola? Tudo, água, qualquer coisa. CHÁ NÃO. Só se for de jasmim. (em mim)"
Ladies and Gentlemen We are Floating in Space, flutuemos então....
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E então fui à praia
Como a mudança de ares, não me chegou, fui procurar a praia-mar. E fiquei assim... Volto logo com as palavras.
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Em queda livre
Como o golf, não faz de todo parte das minhas escassas habilidades, que tal uma mudança de ares???
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Volto já
Desculpem a ausência matinal das palavras sentidas, sem sentido. Fui jogar golf. Volto já.
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Ice climbing
Hoje realmente sinto-me um pouco assim... Não consegui fazer nada do que queria fazer. O que era realmente importante fazer. Destesto dizer isto, mas cá vai: - Fica para a próxima :)
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