De África...

Não conheço África. Não lhe conheço a realidade. Vejo as paisagens, os documentários dos matinais domingos. Às vezes. Mas no post em baixo, está África. Aquela que alguns sentem. Quando se despe a urbanidade.
E no sofá de domingo, que bela é a savana, a vida selvagem. E ao fim de tarde, há mais, com pipocas e água suja de imperialismo. Primeiro estranha-se, depois entranha-se.
Adoramos a natureza. É tudo tão belo. África, donde partiram os ancestrais de nós Homo sapiens sapiens. Que bom sabermos tanto. Que boas são as pipocas vespertinas. E vejo um anúncio para voluntáriado em África. Então porque não vou? Que hipocrisia é esta, que me sufoca. Desculpo-me. Não posso deixar tudo e partir.
Não posso? Que fiz eu à liberdade? Só nas letras a encontro? Que faço eu aqui?
Podendo realmente fazer alguma coisa? Nada.
Também eu transpiro e respiro a urbanidade. Paro um pouco... Largar tudo? Talvez. Porque não?
Lisboa, digo-te adeus?

2 comentários:

Teresa Durães disse...

nem todos somos o molde para as grandes causas. não há que ter culpa nem desculpar.

Marta Gomes disse...

E uma ajuda aqueles que sofrem, seria sempre aceite de braços abertos! E as vezes ainda nos queixamos, em vez de por-mos os olhos neste manto de pobreza e dor.